sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Áustria #30


impressões #01


- Pelo que tenho visto até agora, a reciclagem é um tema sério e tratado da forma que os temas sérios merecem. Não sei se é só na localidade onde vivemos, ou se é assim em toda a região de Innsbruck ou quem sabe em todo o país, mas a verdade é que aqui, em Mutters, a separação é feita à séria. A casa onde estou a viver, além dos 33 vountários, alberga ainda um casal. São os caseiros, por assim dizer. E a Sara, a nossa caseira, disse-nos que tem reparado que a separação está a ser bem feita, mas que não nos podemos desleixar, porque de vez em quando os responsáveis da recolha do lixo fazem uma inspecção aos sacos do lixo e se a separação for mal feita o saco é devolvido para as pessoas fazerem a separação novamente (e como deve ser), ou então é enviada uma cartinha para casa com o valor da coima a pagar por não separar o lixo como deve ser. Aqui em casa há caixotes para: papel, plástico, vidro, metal e resíduos orgânicos.

- Uma coisa que gosto em Innsbruck é que há uma grande quantidade de bicicletas a circular na estrada. E uma coisa curiosa em relação às bicicletas é que vejo montes delas encostadas à parede, ou a uma árvore, ou onde seja, sem cadeado. Ao princípio isto fazia-me confusão, mas parece que as pessoas desta zona são tão honestas tão honestas que dá para deixar a bicicleta sem cadeado, ir à vida, voltar e encontrar a bicicleta sossegadinha no mesmo sítio.

- Eu venho de uma cidade fria. Não tão fria como Innsbruck, é verdade, mas ainda assim, uma cidade fria. E na minha cidade, quando chega o frio, não se vê ninguém na rua. Mas aqui, é incrível a quantidade de pessoas que estão na rua à noite.

- Ainda não estou estou completamente habituado ao facto de às 16:30 já ser noite cerrada.

Áustria #29


Áustria #28


Áustria #27


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

Áustria #04


SVE já rola

Acordar cedo para ir apanhar um avião não é um problema, é sempre fixe sair de casa para ir viajar. Mas acordar às 3 da manhã para sair às 3:30 porque o check-in abre às 4, isto já é coisa para fazer mossa.


Para a aventura SVE começar bem o nosso avião não pôde levantar voo à hora marcada porque havia uma crise de nevoeiro em Munique. Uma hora e meia depois, pudemos levantar voo. Em Munique estaria tudo tratado para chegarmos, irmos a um balcão de uma empresa de transportes, darmos os nossos nomes e sermos levados até à porta do nosso destino final. Aparentemente nem tudo estava tratado, o gentil senhor alemão pediu-nos dinheiro para sermos transportados, a coisa esteve para acabar em crise diplomática mas, no final, estava tudo OK e só tivemos que esperar que chegasse uma carrinha para nos levar até à casa onde ficaremos durante os próximos dois meses. Logo no aeroporto conhecemos dois romenos e um italiano que também fazem parte do nosso projecto SVE, mas eles seguiram caminho antes de nós por causa da situação meia clandestina em que parecíamos estar.

Uma hora e meia depois de sairmos de Munique chegámos a Mutters, uma aldeia a poucos quilómetros de Innsbruck, morada da nossa humilde casa. Uma casa gerida por e para voluntários (aparentemente voluntariado e este tipo de associações é uma coisa bastante presente na Áustria), onde iremos viver como uma pequena comunidade. Como é uma casa que respira voluntariado não há senhoras da limpeza nem coisa que o valha, e por isso cabe a nós, habitantes da casa, zelar pela limpeza e pela arrumação e portudo o que diz respeito às condições da casa.

O dia da chegada foi isso mesmo, o dia em que todos os voluntários foram chegando, pouco a pouco. Quando chegámos conhecemos alguns colegas que tinham chegado antes de nós, tratámos da papelada e do pagamento (confirma-se que é verdade, o pocket money existe mesmo!), recebemos informação sobre o local, recebemos o passe para os transportes e depois eu aproveitei para dormir porque estava podre de cansado.

Ao todo somos 30 pessoas de: Portugal, Espanha, França, Roménia, Hungria, Rússia, Turquia, Finlândia, Bósnia, Polónia, Itália, Noruega. Como a ideia é proporcionar uma verdadeira experiência intercultural, todos os quartos têm pessoas de países diferentes. Há quartos com mais camas e quartos com menos. O meu colega de quarto é o Gregorio, italiano. Rapaz para 30 anos de idade, fez Erasmus não me lembro onde, Leonardo da Vinci na França e agora está aqui a viver mais uma experiência fora da Itália. Já houve pessoas que me disseram que vai ser tramado viver no mesmo quarto com outra pessoa durante estes dois meses mas a mim essa preocupação nem me passou pela cabeça. Obrigado mãe e pai por me terem posto com o puto no mesmo quarto. Claro que me passou pela cabeça que seria chato se o meu colega de quarto falasse sozinho durante a noite, ou que seria chato se ele ressonasse e outras coisas que tal, mas o conceito de partilha propriamente dito, não me fez confusão.

No final do dia jantámos uma bela rodada de pizzas tipicamente austríacas (ou não), houve um grupo de voluntários que se chegou à frente para tratar da cozinha, sala de jantar e loiça, e fomos convidados a ir para a cama cedinho porque no dia seguinte iria começar o OAT (On Arrival Training) às 9 da manhã. A forma como a ideia de pontualidade nos foi transmitida foi qualquer coisa do género: “Bem vindos a esta parte da Europa que tem influência germância. Há países onde 9 da manhã significa 9:10, 9:15 ou quem sabe 9:45. Depois há países onde 9 da manhã significa mesmo 9 da manhã. E depois temos a Áustria, onde 9 da manhã significa na verdade 8:58, para que às 9 as coisas possam começar com tranquilidade”. 


Como dizia o outro, vale a pena pensar nisto.